Friday, August 4, 2017

Mestre Mahatma Gandhi

Existe um Santuário Vale da Rainha na Mãe Terra. Existe um Santuário Vale do Rei no Pai Céu.

Embora queiramos que todos vivam conosco no colo de nossa Mãe, alguns de nossos irmãos foram chamados para estarem ao lado de nosso Pai. E como são amorosamente servidos aqui, são amorosamente servidos acolá.

Os que aqui estão nos ensinam através de suas vidas antes da morte nesta esfera e os que de acolá nos guiam, ensinam depois da morte nesta esfera. Todos ensinam! Mas quem aprende?

Vida contínua. Continua. Para quem fica o aprendizado de seguir modificado sim, mas com a mesma ternura e delicadeza, força e potência. Para quem vai a grata surpresa de em momentos finais ter se alimentado, tomado água. Ter sido acolhido, acudido e resgatado! Ter sido amado.

Inúmeros ainda não chegaram nem na Rainha nem no Rei e perambulam escravos desconhecendo evidência de seus pais espirituais. Pai Celestial. Mãe Celestial. Que se manifestam através de quem a eles der passagem. É o amor pedindo passagem!

A estes que ainda não conhecemos pessoalmente,  mas sabemos da existência, a estes dedicamos nossas vidas para que a compaixão que formos capazes de nos entregar oriente nosso  percurso – pelo tempo que nos for permitido a oportunidade do amor – transcendendo tempo e espaço, elevando o espírito de quem ama e é amado ao serviço despretensioso que desperta outros simplesmente por falar verdades ao coração.

Quanta verdade Mestre Gandhi nos falou sobre as consequências de nossa inconsciência, não? Mestres Cavalos estão por toda parte carregando bicho gente e coisas, além de sua capacidade física. Famintos, sem água. Sem ferraduras no pavimento. Com ferraduras, espora e chicote! De todo jeito carentes de amor. Trabalham sem serem notados e quando são percebidos, em sua vasta maioria, apenas recebem dó de bicho gente. Mas nenhuma compaixão. Este nobre sentimento capaz de mover dentro o espírito na carne - a ponto de fazermos algo. Dó simplesmente tranca a vítima em seu calabouço, com lágrimas de quem sim é capaz de chorar. Mas não é capaz de mudar! Ou ajudar. Como se o choro aliviasse a consciência de quem vê, sem nada fazer por quem é visto. Meu  lamento molha meu rosto. Soluça onde palavra não diz.


Image result for animais explorados petaQuantos de nós sabem da verdade das indústrias da pecuária de leite e de corte? Da indústria do entretenimento – citando aqui os parques aquáticos também! Quantos de nós ainda estimulam em bicho gente criança a noção de rodeios e cavalgadas, como se o bicho animal gostasse de ali estar? Como se vencer um bicho animal fragilizado fortalecesse os que na verdade se aproveitam de sua fraqueza para se dizerem fortes e superiores. Ah, quanta ilusão! E se alguém dissesse a estes que dormem que não existe nem superior, nem inferior. E que “como acima, assim embaixo” como nos deixou Hermes. Se nos descobríssemos um único em muitos corpos, como gotas do oceano que são a água em si! Como trataríamos os outros se realizássemos... Se realizássemos que não existem outros! Que somos um. Mas porque “represamos” a água da fonte universal em vãos corpos físicos que chamamos “meu, mim e eu”, então nos desconectamos. E como ondas isoladas em praias por toda parte olhamos para o mar implorando algo – que nós mesmos podemos fazer por sermos esta plenitude, unidade. Cocriadores da vida. O que temos cocriado?

Que desperte nossa consciência, que ousemos caminhar por nosso estilo de vida libertando prisioneiros e escravos – de quaisquer espécies –, de todos os lugares (cozinha, sapato, casaco,  maquiagem. Diversão e entretenimento!).  Andemos pelo nosso estilo de vida avaliando em sinceridade cortante o exemplo que damos às gerações que chegam depois de nós. Temos cadáveres sobre nossos corpos e mortos dentro de nós! Como um cemitério itinerante que nos tornamos pode viver sem lágrimas e agonia, sepulcros que mantemos longe de nossa consciência para não mergulharmos em tristeza? Triste a realidade do inconsciente que busca culpados. Sem notar que é vítima de si. Krishna e Arjuna em nós.

Image result for perdao oshoNesta corajosa libertação, esta que cada um é responsável, libertemo-nos a nós mesmos do papel de carrasco e de vítima. Personagens que se alternam quando não perdoamos, pois feridos e vítimas buscamos vingança. E ferindo perpetuamos o mal – não importam nossas “nobres” razões... Ninguém precisa pagar por isto. Não. Não. E não! Veementemente não. Ou a eternidade será curta para nós. Justiça não é vingança nem punição. É despertar. “A outra face” falou o Mestre. “A outra face!”. Que o mal termine em nós.

E a pergunta que permanece desafiando minha consciência, meu amor, meu espírito!... É se seremos capazes, cada um de nós encarnados aqui e agora, entendendo a urgência dos tempos que vivemos onde espécies se despedem precocemente do cumprimento de sua evolução, se cada um de nós dará testemunho – em tempos póstumos quando a própria vitalidade em nossos tecidos sussurrar adeus deste mundo –, se daremos testemunho de um mundo melhor que deixamos atrás de nós, se caminharemos altivos entre os anjos, sem nada dever. Ou se não sustentaremos nosso olhar fugindo dos olhos das divindades por sentirmos vergonha de simplesmente termos passado aqui em busca de prazeres efêmeros – em vícios lícitos e ilícitos, inclusive comportamentais – que jamais poderiam nos fazer felizes se são transitórios e temporais. Caminharemos em vexatória culpa por termos falhado tendo nos entregado às delícias tolas de um mundo de ilusão? Ou nos elevaremos além de nossas fraquezas proclamando nossa vitória sobre o mais inferior em nós?

Mestre Mahatma Gandhi foi nomeado horas antes de sua passagem deste lado do véu para o outro. O líder indiano é um de nossos grandes exemplos por ter sido praticante do preceito ahimsa - não violência do sânscrito -, e ter levado seu povo à libertação. Como sentimos que Mestre Gandhi fazia aqui em sua breve trajetória já nos conscientizando dos horrores vividos pelos invisíveis. Mas também sabíamos que este mesmo líder tinha sido assassinado em função desta mesma jornada. Conhecíamos o risco. E carregávamos pesar pelos outros cinco que partiram neste ano, em sua maioria com nomes dados postumamente, pesar por jamais terem escutado seus nomes... Lágrimas que não detenho jorram cachoeiras que em meus sonhos purificam os esquecidos de suas sequelas psicológicas - traumas que viveram aqui na Terra. Queríamos que nosso professor tivesse nome, fosse chamado por um. Rezado nele. E conhecido por ele. Não morreu indigente, nem ignorado, agonizando ou sozinho. Foi e é profundamente amado.

Embora em cortante tristeza por nossa despedida precoce, também nos sentimos fortalecidos. O paradoxo se resume na mensagem subliminar do vivido como persistência e resiliência no amor e no serviço. E a consciência que vidas estão no corredor da morte agora. Não há tempo para queixumes ou distrações. Pois nós podemos salvá-las! Isto não significa que viverão longos anos, mas que eternizarão momentos tendo conhecido o amor. Estas mesmas existências nos levarão a outras - que salvaremos quando nos negarmos ao consumo de tudo que é vendido e os sacrifica. É nossa fé. Jamais negaremos esforços nesta luta, aparentemente inglória.

Sempre recordamos que regamos sementes de árvores frondosas que alegoricamente representam nosso despertar. Não nos deitaremos à sombra delas, mas tê-las plantado atribui significância à nossa vida. O bem é imparcial, mesmo sem benefício próprio devemos praticá-lo. Este é o dever. O Dharma. E se não vencermos a batalha para que cresçam estes brotos de novo mundo... Então encontrarão nossos corpos com nosso espírito ido em pleno campo da peleja! Na transição entre mundos repousará tranquilidade em nossa alma, simplesmente por não termos desistido de uma vida sequer.

A Mestre Gandhi, nosso perdão, nossa gratidão. Nosso eterno amor. Você, Mahatma, não passa em vão! Despertaremos. Nossa promessa é transformação. 

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